A Excelência do Casamento, por Arthur W. Pink

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Descrição

“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará”. (Hebreus 13:4)

Assim como Deus uniu os ossos e nervos para o fortalecimento de nossos corpos, assim Ele ordenou a união de homem e mulher em matrimônio para o fortalecimento de suas vidas, pois “melhor é serem dois do que um” (Eclesiastes 4:9). Portanto, quando Deus fez a mulher para o homem, Ele disse: “far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele” (Gênesis 2:18), mostrando que o homem é beneficiado por ter uma esposa. Que este realmente não prova ser o caso em todas as situações, em sua maior parte, pelo menos, deve ser atribuído a desvios dos preceitos divinos no que diz respeito ao casamento. Como este é um assunto de tão vital importância, julgamos oportuno apresentar um esboço bem abrangente do ensinamento da Sagrada Escritura sobre ele, especialmente para o proveito dos nossos jovens leitores, embora nós confiamos que seremos habilitados a incluir o que será útil para os mais velhos também.

É, talvez, uma observação comum, porém mesmo assim relevante, pois tem sido proferida com muita frequência, que, com a única exceção da conversão pessoal, o casamento é o mais importante de todos os eventos terrenos na vida de um homem ou uma mulher. O casamento forma um elo de união que os une até a morte. O casamento os traz a tais relações íntimas que eles podem adoçar ou amargar a existência um do outro. Isso implica circunstâncias e consequências que não alcançam menos do que as eras sem fim da eternidade. Como é essencial, então, que tenhamos a bênção do Céu sobre um empreendimento tão solene, e ainda assim, tão precioso; e para isso, quão absolutamente necessário é que nós estejamos sujeitos a Deus e à Sua Palavra no casamento. É muito, muito melhor permanecer solteiro até o fim de nossos dias, do que casar sem a bênção de Deus.

Os registros da história e os fatos da observação dão abundante testemunho da verdade dessa observação. Mesmo aqueles que não buscam mais do que a felicidade temporal dos indivíduos e o bem-estar da sociedade atual não são insensíveis à grande importância das nossas relações domésticas, cujas afeições mais fortes da natureza sustentam e que consolidam até mesmo os nossos desejos e fraquezas. Nós não podemos formar nenhuma concepção de virtude social ou de felicidade, sim, nenhuma concepção da própria sociedade humana, que não tenha o seu fundamento na família. Não importa quão excelentes sejam a constituição e as leis de um país, ou quão abundantes sejam os seus recursos e prosperidade, não há nenhuma base segura para a ordem pública ou social, bem como virtude privada, até que ela se estabeleça na sábia regulação de suas famílias.

Afinal, uma nação é apenas o agregado de suas famílias, e a menos que haja bons maridos e esposas, pais e mães, filhos e filhas, não há possibilidade de haver bons cidadãos. Portanto, a atual decadência da vida no lar e da disciplina familiar ameaça a estabilidade da nossa nação hoje muito mais severamente do que qualquer hostilidade estrangeira.

Mas a visão bíblica dos deveres parentais dos membros de uma família Cristã retrata os efeitos existentes de uma forma mais alarmante, como sendo desonrosos a Deus, desastrosos para a condição espiritual das igrejas e como algo que ergue um obstáculo muito grande no caminho do progresso evangélico. Triste além das palavras é ver que são os próprios cristãos professos os grandes responsáveis pelo rebaixamento dos padrões maritais, pelo descaso geral das relações no lar e o rápido desaparecimento da disciplina familiar.

Então, como o casamento é a base da casa ou família, compete ao escritor convocar os seus leitores a uma consideração séria e em oração da vontade revelada de Deus sobre esse tema vital. Embora dificilmente possamos esperar deter a doença terrível que agora corrompe os próprios órgãos vitais da nossa nação, mas se Deus se agradar em abençoar este artigo para algumas pessoas, o nosso trabalho não será em vão. Começaremos ressaltando a excelência do casamento: “Venerado seja entre todos o matrimônio”, diz o nosso texto, e isso é assim, em primeiro lugar, porque o próprio Deus o honrou. Todas as outras ordenações ou instituições (exceto o Sabath) foram nomeadas por Deus por meio de homens ou anjos (Atos 7:35), mas o casamento foi ordenado imediatamente pelo próprio Senhor, nenhum homem ou anjo trouxe a primeira mulher até o seu marido (Gênesis 2:19).

Assim, o casamento teve mais honra divina colocada sobre ele do que todas as outras instituições divinas, pois foi diretamente celebrado pelo próprio Deus. Novamente, esta foi a primeira ordenança que Deus instituiu, sim, a primeira coisa que Ele fez após o homem e a mulher serem criados, e isso enquanto eles ainda estavam em seu estado não-caído. Além disso, o lugar onde o casamento ocorreu mostra a honradez desta instituição: enquanto todas as outras instituições (exceto o Sabath) foram instituídas fora do paraíso, o casamento foi celebrado no próprio Éden — indicando quão felizes são aqueles que casam no Senhor!

O auge do ato criativo de Deus foi a criação da mulher. No final de cada dia de criação, é formalmente registrado que Deus viu o que tinha feito era bom (Gênesis 1:31). Mas quando Adão foi criado está registrado explicitamente que Deus viu que não era bom que o homem estivesse só (Gênesis 2:18). Quanto ao homem, o trabalho criativo precisava ser completado, uma vez que, como todos os animais e até mesmo plantas tinham seus pares, não era encontrado para Adão uma auxiliadora adequada — sua parceira e companheira. Deus não considerou que o trabalho do último dia de criação também fosse bom até que esta necessidade fosse suprida. “Esta é a primeira grande lição da Escritura sobre a vida familiar, e ela deve ser bem aprendida… A instituição divina do casamento ensina que o estado ideal do homem e mulher não está na separação, mas na união, de modo que cada um é destinado e capacitado para o outro. O ideal de Deus é esta união, com base em um amor puro e santo, que dure por toda a vida, que exclua toda rivalidade ou outra parceria estranha, e incapaz de separação ou infidelidade, porque é uma união no Senhor, um santo matrimônio de alma e espírito em mútua simpatia e afeição”.

Como Deus Pai honrou a instituição do casamento, assim também fez o Filho de Deus. Em primeiro lugar, pelo Seu ser “nascido de mulher” (Gálatas 4:4). Em segundo lugar, por Seus milagres, pois o primeiro sinal sobrenatural que Ele operou foi no casamento de Caná da Galiléia (João 2:8), onde Ele transformou a água em vinho, sugerindo assim que se Cristo está presente no seu casamento (ou seja, se você “casar-se no Senhor”) sua vida será uma alegria ou bênção. Em terceiro lugar, por Suas parábolas, por Ele comparou o reino de Deus a um casamento (Mateus 22:2) e a santidade a uma “veste de núpcias” (Mateus 22:11). Assim também em Seu ensinamento: quando os fariseus tentaram enganá-lO sobre o assunto do divórcio, estabeleceu a sua aprovação sobre a constituição original, acrescentando: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 4-6)…
 

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