A Doutrina da Predestinação Declarada e Estabelecida à Luz da Escritura, por John Gill

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Descrição

Excelente exposição da valiosa Doutrina da Predestinação segundo as Escrituras.

Eis o seu esboço:

• Quanto à Doutrina da Predestinação, ela pode ser considerada:

I. Em geral, com relação a todas as coisas que existiram, existem ou existirão, ou feitas no mundo; cada coisa vem sob a determinação e nomeação de Deus.

II. A Predestinação pode ser considerada como especial, e como relativa às pessoas particulares, e às coisas espirituais e eternas; ao passo que existe predestinação nos aspectos gerais de todas as criaturas e coisas, até mesmo as coisas temporais e civis.

• Em primeiro lugar, o próprio Cristo é o objeto da predestinação.

• Em segundo lugar, os anjos também são os objetos da predestinação.

• Em terceiro lugar, a predestinação a qual as Escrituras principalmente tratam é a que diz respeito aos homens, e é composta por duas partes, eleição e reprovação; a primeira é uma predestinação para a vida e a outra para a morte.

I. A eleição, que é uma predestinação para a vida, é um ato da livre graça de Deus, de Sua vontade soberana e imutável, pela qual desde toda a eternidade Ele escolheu em Cristo, a partir da massa comum da humanidade, alguns homens, ou um certo número deles, para participar das bênçãos espirituais aqui, e da felicidade no futuro, para a glória de Sua graça.

1. Os objetos da eleição são alguns homens, não todos, o que supõe uma escolha; se todos fossem tomados não haveria escolha; chamado, portanto, de um remanescente segundo a eleição da graça (Romanos 11:3). Trata-se de um certo número, que apesar de desconhecido para nós, quantos e quem são eles, são conhecidos por Deus; o Senhor conhece os que são Seus (2 Timóteo 2:19).

2. Este ato da eleição, é um ato da livre graça de Deus, pois Ele não é movido por qualquer motivo ou condição no objeto escolhido; pelo que é chamado de a eleição da graça.

3. Este ato da eleição é independentemente da fé, santidade e boas obras como causas ou condições da mesma; fé flui a partir dela; é um fruto e efeito dela, é assegurada por ela, e é tida como consequência da eleição: e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna (Atos 13:48), por isso é chamado de a fé dos eleitos de Deus (Tito 1:1), e embora a santidade seja um meio fornecido no ato da eleição, não é a sua causa; os homens são escolhidos, não porque eles são santos, mas para que eles sejam santos (Efésios 1:4), as boas obras não são anteriores, mas são consequentes à eleição; a eleição não provém das obras, como antes observado, e ela ocorreu antes que qualquer uma das boas obras fossem feitas (Romanos 9:11; 11:5-6), elas são os efeitos do decreto de Deus, e não a causa dele; Deus as preordenou para que andássemos nelas (Efésios 2:10).

4. O ato da eleição foi feito em Cristo.

5. Para que os homens são escolhidos por este ato: graça aqui, e glória no porvir; todas as bênçãos espirituais, adoção, justificação, santificação, fé da verdade, e a salvação por Jesus Cristo. Salvação é o fim proposto no que diz respeito aos homens; santificação do Espírito e fé na verdade, são os meios apontados e preparados para essa finalidade. Efésios 1:4-5, Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção…”. 2 Tessalonicenses 2:13, Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade. 1 Pedro 1:2, Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo…”. 1 Tessalonicenses 5:9, “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.

6. Tanto os meios quanto o fim são seguros para os eleitos, uma vez que este é um ato da vontade imutável de Deus.

7. O fim último de tudo isso, no que diz respeito a Deus, é a Sua própria glória; a glória de todas as Suas perfeições Divinas; a glória de Sua sabedoria na formação de um tal esquema, ao estabelecer tal propósito, e preparar meios adequados para ele; a glória da Sua justiça e santidade, na redenção e salvação desses escolhidos, através do sangue, justiça e sacrifício de Seu Filho; e da glória da Sua rica graça e misericórdia demonstradas em Sua bondade para com eles por meio dEle; e a suma disso é para o louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (Efésios 1:6).

• Esta agora é a doutrina Bíblica da Predestinação, ou aquela parte dela que é chamada de eleição; donde parece ser absoluta e incondicional, independentemente de qualquer coisa no homem como a causa e condição dela.

• Predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual (antes da fundação do mundo) Ele constantemente tem decretado por Seu conselho, secreto para nós, livrar da maldição e condenação aqueles que elegeu em Cristo dentre o gênero humano, e trazê-los a Cristo para a salvação eterna, como vasos feitos para honra. Portanto, aqueles que são dotados com um tão excelente benefício da parte de Deus, são chamados de acordo com o propósito de Deus por Seu Espírito, que opera no tempo devido: eles, pela graça, obedecem à vocação: eles são justificados gratuitamente: eles são feitos filhos de Deus por adoção; são feitos conforme a imagem de Seu Filho unigênito Jesus Cristo; eles andam religiosamente em boas obras, e finalmente pela misericórdia de Deus, eles alcançam a bem-aventurança eterna.

• A doutrina da eleição, como foi estabelecida acima, estando em tão brilhante luz nas Sagradas Escrituras, e aparecendo com tanta evidência, de forma a ser impossível que toda a destreza e sofismas de homens a anulem; o outro ramo da predestinação segue necessariamente, o que não negamos, mas sustentamos. O Sr. Wesley gostaria de ter uma eleição revelada que não implicasse em reprovação; mas que eleição esta pode ser, a inteligência do homem não pode conceber; pois, se alguns são escolhidos, outros devem ser rejeitados; e própria noção de eleição do Sr. Wesley o implica; pois, como ele diz, “eleição é um apontamento Divino de alguns homens para a bem-aventurança eterna”; então, outros devem estar de fora dessa escolha, e rejeitados. Eu prossigo assim,

II. Em relação ao outro ramo da predestinação, comumente chamado de reprovação; que é um decreto imutável de Deus, segundo a Sua vontade soberana, pelo que Ele determinou deixar alguns homens na massa comum da humanidade, dos quais Ele escolheu outros, e para puni-los por causa do pecado com a perdição eterna, para a glória do Seu poder e justiça. Este decreto é composto por duas partes, uma negativa e uma positiva; a primeira é chamada por alguns de preterição, ou passar por, deixando alguns, quando outros são escolhidos; o que não é outra coisa senão não-eleição; a última é chamada de pré-condenação, sendo o decreto de Deus para condenar ou punir os homens pelo pecado.

• Primeiro, preterição é ato Divino de passar por, ou deixar alguns homens quando Ele escolheu outros, segundo a Sua vontade soberana e prazer.

• Em segundo lugar, pré-condenação é o decreto de Deus para condenar os homens por causa do pecado, ou puni-los com a condenação eterna por causa dele. E este é o sentido das Escrituras; e esta é a perspectiva que elas nos dão dessa doutrina (Provérbios 16:4), O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal. Não que Deus fez o homem para condená-lo; a Escritura não diz tal coisa, nem nós; nem é o sentido da doutrina pleitear por isso; nem isso deve ser inferido a partir dela. Deus fez o homem não para condená-lo, nem salvá-lo, mas para a Sua própria glória, que é Seu fim último em criá-lo, seja ele salvo ou perdido; mas o significado é que Deus determinou todas as coisas para a Sua glória, e, particularmente, Ele designou o ímpio para o dia da ruína e destruição por sua impiedade. Judas, verso 4: Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo. Mas quem são eles? Eles estão descritos posteriormente como homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Assim, os objetos deste decreto são chamados vasos de ira preparados para a destruição, ou seja, pelo pecado (Romanos 9:22). E agora, o que há ali de chocante nesta doutrina, ou desagradável às perfeições de Deus? Deus não condena nenhum homem, senão por causa do pecado, e Ele decretou não condenar ninguém, senão pelo pecado.

• Em terceiro lugar, este decreto, nós dizemos, é de acordo com a vontade soberana de Deus.

• Em quarto lugar, o propósito de Deus em tudo isso é a glorificação de Si mesmo, Seu poder e Sua justiça; todos os seus desígnios são para Si mesmo, para a Sua própria glória, e isso entre os demais: E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, a Sua justiça vindicativa, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição! (Romanos 9:22).

• A doutrina da reprovação, considerada a esta luz, não tem nada nela contrária à natureza e perfeições de Deus.

• Respostas a Objeções.

• Sobre a Perseverança dos Santos nas Escrituras.
 

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