Descrição
A Primeira Confissão Londrina de 1644 foi publicada antes da Confissão de Fé de Westminster; é uma das bases de A Confissão de Fé de 1689. Esta Confissão de Fé foi elaborada por sete congregações ou igrejas de Cristo em Londres, por meio da qual Batistas Particulares estavam preocupados em demonstrar a todos que suas convicções doutrinárias, desde o começo, tinham sido ortodoxas e quase idênticas às convicções dos Puritanos à volta deles. Assim estes honrados Irmãos definem o motivo da publicação desta Confissão: “publicada pela vindicação da verdade e a informação dos ignorantes; semelhantemente para a remoção daquelas calúnias que são com frequência, tanto no púlpito e por impresso, lançadas injustamente sobre elas”. Nesse sentido James Renihan a define como tendo sido uma “ferramenta apologética”.
Ela é uma fonte de instrução e beleza bíblica, tecida em comovente fidelidade e zelo pelo Senhor nosso Deus e Sua Verdade e Causa. Ficamos emocionados ao ler este escrito. Que grande graça é poder tê-lo em mãos e compartilhá-lo convosco agora, com intensa recomendação, e anelo de que o resgate de nossas raízes seja o prenúncio de tempos gloriosos e honrosos ao nosso Deus. “Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas”.
Como diz o Sr. James Renihan, em Confessando a Fé em 1644 e 1689, “graças a Deus, através da influência de muitos homens e movimentos, as grandes doutrinas da soberania de Deus estão sendo recuperadas entre os Batistas, de maneira que, gradualmente, as igrejas estão adotando a antiga Confissão, ou novas igrejas estão sendo formadas firmadas nessas convicções vitais e vigorosas. Onde uma vez havia deserto, há agora novos sinais de que no solo seco está brotando novas e bonitas flores. Ainda há um longo caminho a percorrer, e a maioria das igrejas Batistas na América ainda vaga em terrenos baldios da teologia. Mas Deus tem levantado muitas igrejas firmes no claro testemunho da fé, e esperamos que muitas mais nascerão nos dias por vir. Pela graça de Deus, o futuro parece brilhante para as igrejas que adotam a Confissão de Fé Batista de 1689. Que Deus abençoe nossos esforços para Sua glória”.
Amém e Amém!
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Apresentação da Confissão de Fé Batista de 1644
Londres, impresso por Matthew Simmons em Aldersgate-street, 1644.
A todos os que desejam a exaltação do nome do SENHOR Jesus em sinceridade, as pobres desprezadas Igrejas de Deus em Londres enviam saudações, com orações pelo seu crescimento no conhecimento de CRISTO JESUS.
Nós não questionamos, mas parecerá estranho para muitos homens — que, assim como nós, se encontram sob essa calúnia e sombrio estigma, e são frequentemente chamados de hereges e semeadores de divisão — que ousemos aparecer publicamente como agora nós fazemos. Entretanto, ainda assim, podemos bem dizer, para responder aos tais, o que Davi disse ao seu irmão, quando esteve na batalha do Senhor, em meio ao combate: “Porventura não há razão para isso?” (1 Samuel 17:29).
Certamente, se alguma vez as pessoas tiveram motivo para falar pela defesa da verdade de Cristo em suas mãos, nós o temos, sendo este o principal impulso que neste momento nos leva ao labor; pois, se algo da parte do homem fosse tramado apenas contra as nossas pessoas, nós poderíamos calmamente ter permanecido sentados, e entregado a nossa Causa Àquele que é um justo Juiz, Quem, no grande Dia do Juízo, julgará os segredos dos corações de todos os homens por meio de Jesus Cristo. Mas, sendo isso contrário não apenas a nós mesmos, mas à verdade que professamos, não podemos e nem ousamos fazer qualquer outra coisa senão falar. Não são desconhecidas, a qualquer homem observador, que tristes acusações são feitas, não apenas pelo mundo, que não conhece a Deus, mas também por aqueles que se julgam mui injustiçados se eles não forem tidos como as principais Dignidades da Igreja de Deus, e Sentinelas da Cidade. Mas, isso tem ocorrido conosco a partir deles, como aconteceu com a pobre Esposa ao buscar o seu Amado (Cantares 5:6-7). Eles nos encontraram enquanto andávamos a pé fora daquela estrada comum em que eles mesmos andavam, e nos feriram, e removeram o nosso véu, de modo que pudéssemos ser reputados por eles como odiosos aos olhos de todos os que nos veem, e nos corações de todos os que pensam sobre nós; isso eles têm feito tanto no púlpito e por impresso, acusando-nos de sustentarmos o livre-arbítrio; a queda da graça; de negarmos o pecado original; de renunciarmos aos Magistrados, nos negarmos a auxiliá-los seja com nossas pessoas ou recursos, em quaisquer de seus comandos lícitos; de fazermos atos indecorosos na administração da Ordenança do Batismo; de modo a não sermos identificados entre os Cristãos. De todas estas acusações, eximimo-nos como notoriamente falsas; todavia, em razão dessas calúnias divulgadas sobre nós, muitos que temem a Deus são desencorajados e tornam-se relutantes em sustentar um bom pensamento, seja quanto a nós ou ao que professamos; e muitos que não conhecem a Deus são encorajados, caso consigam encontrar o lugar onde costumamos nos reunir, a se ajuntarem em bandos e lançarem pedras em nós, vendo-nos como um povo que sustenta tais coisas, como se não fôssemos dignos de viver.
Nós, portanto, para o esclarecimento da verdade que professamos, para que isso ocorra em liberdade, embora estejamos em prisões, brevemente publicamos uma Confissão da nossa Fé, desejando que todos os que temem a Deus considerem seriamente (caso eles comparem o que aqui dizemos e confessamos na presença do Senhor Jesus e de Seus santos) se os homens não têm, com as suas línguas no púlpito e canetas em impresso, tanto falado quanto escrito coisas que são contrárias à verdade. Todavia, nós sabemos que o nosso Deus em Seu próprio tempo esclarecerá a nossa Causa, e exaltará ao Seu Filho para torná-lO a principal pedra angular, embora Ele tenha sido (ou é agora) rejeitado pelos Edificadores.
E porque pode ser concebido que esta publicação seja apenas o julgamento de uma Congregação particular, mais refinada do que as demais; nós, portanto, aqui subscrevemos, alguns em nome de cada corpo, e com a nomeação de sete Congregações, os quais, embora sejamos distintos em relação a nossos corpos particulares, por conveniência, sendo tantos quantos podemos bem nos reunir em um só lugar, contudo todos somos um em comunhão, sustentando que Jesus Cristo é o nosso Cabeça e Senhor; sob cujo governo, somente, desejamos caminhar, seguindo o Cordeiro onde quer que Ele vá; e cremos que o Senhor diariamente fará com que a verdade seja evidenciada nos corações de Seus santos, e envergonhe-os por sua loucura na terra do seu nascimento, de forma que assim eles possam de modo mais cuidadoso exaltar o Nome do Senhor Jesus, e firmarem-se por Seus apontamentos e leis; estes são os desejos e orações das condenadas Igrejas de Cristo em Londres, por todos os santos.
Subscrita em Nome de sete Igrejas em Londres.
William Kiffin.
Thomas Patience.
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John Spilsbery.
George Tipping.
Samuel Richardson.
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Thomas Skippard.
Thomas Munday.
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Thomas Gunne.
John Mabbatt.
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John Webb.
Thomas Killcop.
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Paul Hobson.
Thomas Goare.
John Mabbatt.
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Joseph Phelpes.
Edward Heath.
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A CONFISSÃO DE FÉ de sete congregações ou igrejas de Cristo em Londres, que são comumente, embora injustamente, chamadas de Anabatistas; publicada pela vindicação da verdade e a informação dos ignorantes; semelhantemente para a remoção daquelas calúnias que são com frequência, tanto no púlpito e por impresso, lançadas injustamente sobre elas. Impressa em Londres, Ano de 1646.
“Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas. Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos” (Atos 24:14-15).
“Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (Atos 4:20).
“Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, por que me feres?” (João 18:23).
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos…” (Mateus 5:11-12, 19:29).